O dia 21 de março marca a chegada da Primavera que é a estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão, sendo tipicamente associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres.
A Primavera do hemisfério norte é chamada de "Primavera boreal", tendo o seu início, a 21 de Março e o seu término a 21 de Junho.
Celebra-se também nesta data o Dia Mundial da Poesia. Este dia foi criado na XXX Conferência Geral da UNESCO a 16 de Novembro de 1999, para comemorar a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, criatividade e inovação.
Para marcar este dia, o Centro Social Paroquial do Sarzedo dinamizou uma atividade que envolveu os clientes das várias respostas sociais: creche, complemento de horário, atividade de tempos livres, centro de dia e lar.
Ao início da manhã as crianças de complemento de horário e atividade de tempos livres, desceram à creche para em conjunto com as crianças desta resposta social escutarem uma história intitulada: “A árvore que não queria morrer” e um poema sobre a história da árvore.
Depois e ainda durante a manhã, procedeu-se à plantação de uma árvore, no terreno anexo ao Parque Infantil, ficando as honras daquela, a cargo do Sr. Antonino Carvalho, Vice-Presidente da Instituição, que aproveitou para contar aos mais pequenos o percurso e os benefícios das árvores e os cuidados que devemos ter com estas.
No período da tarde, e ainda no âmbito das comemorações do dia da árvore e da poesia, foi plantada mais uma árvore por crianças e idosos das respostas sociais complemento de horário, atividade de tempos livres, centro de dia e lar bem como foram declamados dois poemas “ A Um Carvalho” de Miguel Torga e o “ Poema das Árvores” de António Gedeão, pela Dr.ª Rosário Pimentel.
Acredita-se que o Dia Mundial da Árvore e da Poesia é uma data importante que queremos continuar a assinalar marcando assim a vida, o futuro e o desenvolvimento na Instituição, tendo como exemplo o percurso de uma árvore que plantamos pequena e frágil, que precisa de muitos cuidados, mas que um dia irá dar frutos. R. F. / M. N.
Poema das árvores
As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores António Gedeão
A Um Carvalho
Eis o pai da montanha, o bíblico Moisés
Vegetal!
Falou com Deus também,
E debaixo dos pés, inominada, tem
A lei da vida em pedra natural!
Forte como um destino,
Calmo como um pastor,
E sempre pontual e matutino
A receber o frio e o calor!
Barbas, rugas e veias
De gigante.
Mas, sobretudo, braços!
Longos e negros desmedidos traços,
Gestos solenes duma fé constante…
Folhas verdes à volta do desejo
Que amadurece.
E nos olha a prece
Da eternidade
Eis o pai da montanha, o fálico pagão
Que se veste de neve e guarda a mocidade
No coração! Miguel Torga
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